A não adesão ao tratamento de doenças crônicas é gerada por diversos fatores. Muitas abordagens têm sido propostas para explicar os comportamentos dos pacientes que acabam não aderindo ao tratamento. Os problemas da adesão verificam-se em todas as situações em que existe autoadministração do tratamento, independentemente do tipo de doença, qualidade e/ou acessibilidade aos recursos da saúde. Afirmar que os doentes são os únicos responsáveis pela não adesão ao tratamento é errôneo, pois existem diversos fatores que influenciam a não adesão. Vamos relatar dois desses fatores nessa postagem.
Fatores sociais, econômicos e culturais.
“Fatores sociais, econômicos e culturais em que se destacam o nível de escolaridade, a situação profissional, os apoios sociais, as condições habitacionais, o preço dos transportes e dos medicamentos, a distância ao local de tratamento e ainda, as guerras, raça, crenças culturais e as desigualdades sociais (Bugalho e Carneiro, 2004; Giorgi, 2006; Machado, 2009). Neste grande grupo de fatores, Machado (2009) inclui ainda os fatores sócio demográficos como a idade, o sexo e o estado civil. Porém segundo a WHO (2003), a idade, sexo, educação, ocupação, rendimentos, estado civil, raça, religião, etnia e vida urbana versus rural não têm sido claramente associadas à adesão.”
Fatores relacionados com os serviços dos profissionais de saúde.
“Fatores relacionados com os serviços e os profissionais de saúde, onde se evidenciam o grau de desenvolvimento dos sistemas de saúde, o sistema de distribuição de medicamentos, a taxa de comparticipação, o acesso aos medicamentos, o grau de educação/esclarecimento dos doentes face aos cuidados de tratamento no domicílio, os recursos humanos e técnicos disponíveis nos serviços, os horários e duração das consultas, os conhecimentos dos profissionais de saúde acerca das doenças 209 Dias, A. M., Cunha, M., Santos, A., Neves, A., Pinto, A., Silva, A, Castro, S. (2011). Adesão ao regime Terapêutico na Doença Crónica: Revisão da Literatura. Millenium, 40: 201‐219. Crónicas e a gestão da adesão ao regime terapêutico (Bugalho e Carneiro, 2004; Giorgi, 2006; Oliveira et al., 2007; Machado, 2009). Conclui-se que 28,8% dos indivíduos não seguem a prescrição médica, devido aos custos e falta de conhecimentos (Vasconcelos et al., 2005).”
Fonte: Dias, A. M., Cunha, M., Santos, A., Neves, A., Pinto, A., Silva, A, Castro, S. (2011). Adesão ao regime Terapêutico na Doença Crónica: Revisão da Literatura. Millenium, 40: 201‐219.
http://www.ipv.pt/millenium/Millenium40/14.pdf
O blog está muito bonito e o post é interessantíssimo! Parabéns!!
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