A prova que certas práticas que valorizam a adesão ao tratamento tem valor na saúde pública está nos dados divulgados pela OMS. A maior adesão ao tratamento da asma entre idosos acarretou em uma redução anual de 20% nas internações hospitalares entre esse público.
Os benefícios da adesão ao tratamento se estendem aos pacientes, às famílias, aos sistemas de saúde e à economia dos países. O paciente passa a ter a sua condição controlada, podendo, na maioria das vezes, manter uma vida normal e economicamente ativa. A família pode se dedicar a outras atividades e deixar de lado seu papel de cuidadora. O sistema de saúde economiza com a redução de internações emergenciais e intervenções cirúrgicas e a economia ganha com o aumento da produtividade.
Um estudo para avaliar as razões de não-adesão citados pelos
pacientes encontrou que 30% dos indivíduos não tomavam a
medicação por esquecimento, 16% referiram outras prioridades,
11% optaram por tomar a dose menor do que a prescrita, 9%
alegaram falta de informações e 7% fatores emocionais. Esse
mesmo estudo mostrou que 27% dos indivíduos avaliados não
souberam dar uma razão para a baixa adesão ao tratamento . Em
nosso meio, estudo realizado com hipertensos para identificar
os fatores que contribuíam para que não tomassem os medicamentos
mostrou que, em relação aos medicamentos, 89% dos
indivíduos referiram baixa adesão devido ao alto custo, 67% por
ter de tomar várias vezes ao dia e 54% devido aos efeitos indesejáveis;
em relação à doença, 50% referiram desconhecimento
da gravidade e 36% ausência de sintomas; quanto a conhecimentos
e crenças, 83% só tomavam o medicamento quando a
pressão estava alta, 80% referiram não cuidar da saúde, 75%
esqueciam de tomar os medicamentos, 70% desconheciam a
cronicidade e as complicações da doença; e quanto à relação
médico-paciente, 51% citaram falta de convencimento para
tratar a doença e 20% relacionamento inadequado.
A adesão ao tratamento de longo prazo em países desenvolvidos é em torno de 50%. Em países em desenvolvimento as taxas são ainda menores, esses são dados que nos fazem refletir o quão é a importância do atendimento continuado na prática médica e sua repercussão epidemiológica e econômica na saúde pública.
A adesão ao tratamento de longo prazo em países desenvolvidos é em torno de 50%. Em países em desenvolvimento as taxas são ainda menores, esses são dados que nos fazem refletir o quão é a importância do atendimento continuado na prática médica e sua repercussão epidemiológica e econômica na saúde pública.
Fonte: "Adesão ao tratamento – conceitos" de Josiane Lima de Gusmão e Décio Mion Jr, 2006.
Parabéns pelo texto, principalmente pela linguagem!
ResponderExcluirCreio que c a conscientização a adesão tende aumentar cada dia mais.
ResponderExcluir