A hipertensão arterial sistêmica
(HAS) é uma doença crônica caracterizada pelo aumento da pressão que o sangue
faz para movimentar-se na parede das artérias, diagnosticada quando os valores
pressóricos se mantém frequentemente acima de 140 por 90 mmHg. O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica onde há dificuldade ou
inexistência da produção de insulina necessária para o organismo. O efeito do
diabetes não controlado é a hiperglicemia.
Essas patologias atingem
comumente a população brasileira de forma silenciosa e cerca de 30% da população
acometida não sabe que a possui ou não faz o tratamento corretamente por falta
de motivação ou recursos, aumentando assim a chance de complicações. A adesão ao tratamento relaciona
as ações e comportamentos a respeito do paciente clínico, compreendendo
consultas, palestras, grupos de apoio, utilização correta das medicações e
prática de exercícios. Essas ações e comportamentos são caracterizados como
integrantes do comportamento do paciente em todos os aspectos, agregando todos
à sua volta como familiares e amigos e influenciado por sua cultura.
Um dos
principais problemas dos profissionais da saúde é a adesão ao tratamento de
forma irregular e assistemática, devido ao longo prazo e a dificuldade de
alterar sua rotina, para isso os profissionais necessitam da participação e
cooperação dos pacientes que convivem com a cronicidade para conseguirem
alterar seu estilo de vida. Melhorar a adesão ao tratamento
não é fácil, e precisa de uma revisão sistemática de intervenções baseada nos
recursos tecnológicos, educativos e comportamentais da população e do serviço
de saúde, para serem adaptadas às características e necessidades da população
abrangente.
A prevenção e o tratamento da
hipertensão arterial sistêmica (HAS) e do diabetes melittus é um processo lento, pois é necessário ensinar a população
a cuidar da saúde, enfatizando em campanhas e ações educativas a mudança do
estilo de vida, aceitação e adesão ao tratamento, seja ele farmacológico ou não
farmacológico. Essas ações podem ser individuais ou coletivas, buscando
estratégias que alcancem a realidade da população.
Criado pela Portaria no 371/GM de
4 de março de 2002, o Programa HiperDia tem como objetivo cadastrar no
Ministério da Saúde portadores de hipertensão e diabetes, a fim de estabelecer
metas e diretrizes para ampliar ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e
controle dessas doenças promovendo assistência farmacêutica, atividades de
educação em saúde individual e coletiva, formando grupos interativos abordando assuntos
de importância para o controle clínico e de interesse aos usuários
participantes, favorecendo e incentivando a mudança de hábitos de vida. As ações educativas coletivas de grupo de HiperDia são
uma grande ferramenta de trabalho para os profissionais, pois aumenta a adesão
e eficácia do tratamento e consequentemente a qualidade de vida dos pacientes.
Fonte: ALVES, B. CALIXTO, A. Aspectos determinantes da
adesão ao tratamento de hipertensão e diabetes em uma Unidade Básica de Saúde
do interior paulista. J Health Sci Inst. 2012;30(3):255-60.